26/02/2012

A Invenção de Hugo Cabret e o redescobrir o Cinema


Esse longa, junto com O Artista, pode ser descrito como uma das maiores das homenagens ao cinema deste ano que se inicia, ainda mais pelo cineasta que se consagrou como um dos maiores artistas da sétima arte nos anos 70, quando nomes como Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e George Lucas começavam a crescer.

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, 2011, Martin Scorsese), à primeira vista, tem um enredo incomum para o diretor de Cassino, Caminhos Perigosos e Taxi Driver: Hugo é um rapaz órfão que mora no relógio da estação de metrô e que precisa das peças dos brinquedos do comerciante George para reconstruir um autômato deixado para ele por seu pai, morto no incêndio da relojoaria em que trabalhava.Diversas reviravoltas acontecem até percebermos a homenagem que a narrativa oferece ao próprio cinema, permitindo-nos enxergar no diretor tamanha esperança na capacidade de sonhar.

Com esse filme, é possível ver Martin como uma criança que se fascinou desde cedo pelo cinema, como o próprio Hugo, cuja missão se tornou compartilhar sonhos e realidade com as outras pessoas. O elenco é simplesmente OK, não tendo grande destaque no filme, que, por sinal, se arrasta em certos momentos, mas os outros elementos tomam em cheio o espectoador: a trilha sonora, a direção de arte belíssima, a edição fluida, assim como o 3D que nos ambienta nos espaços por onde os personagens caminham.

Entretanto, é triste perceber que essa grata experiência de ver uma homenagem tão bela e ingênua como uma forma de apresentar o início da arte cinematográfica a plateias mais jovens provavelmente seja algo sofisticado demais para plateias acostumadas à pipoca, ao refrigerante e aos bonecos de Transformers e Avatar. Serão poucos os que, depois de assistir ao filme, pesquisarão no Google quem foi George Meliés ou se interessarão pelos seus filmes, em comparação àqueles que pedirão aos pais os bonecos de Toy Story 3. O que fizemos com nossa capacidade de sonhar?

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