18/04/2009

Os silêncios de King Kong


Amor. Que limites ele poderia transgredir? Da classe? Da idade? Da raça? Do gênero? Na aventura romântico-fantástica King Kong, Peter Jackson o faz ultrapassar a barreira da própria espécie, trazendo a afeição de uma mulher por um primata gigante.

Em viagem a uma ilha que guarda os mistérios da civilização humana e mantém criaturas como dinossauros e insetos gigantes, Jack Driscoll, Ann Darrow e Carl Denham planejam montar um longa-metragem de aventura, tendo como vilão o gorila de sete metros de altura. Inicialmente temerosa pela perigo que corre - principalmente, por ser utilizada como oferenda em sacrifício ao Kong pelos nativos da ilha -, Darrow, surpreendendo a si mesma, se afeiçoa ao cultuado animal. Aprende a enxergar por trás da aparência grotesca e de sua selvageria, percebendo como a mente daquela criatura funciona e permitindo ser cativada por suas risadas e trapalhadas.

Jackson constrói suas protagonistas com cuidado, deixando que o espectador se identifique com eles e preencha os silêncios de suas vozes com pensamentos que nós mesmos teríamos diante daquela situação. Enxergar pelos olhos e atitudes de Kong possibilitam um esvaziar-se de si mesmo e revelam atitudes que palavra nenhuma poderia definir e, por consequência, limitar. Seus silêncios o tornam mais racional e humano que muitos homo sapiens que acreditam ser o centro do universo. Sua morte, dolorosa para quem a acompanhou e se sentiu cativado pela presença de espírito daquele primata.

Ps.: Já tinha visto esse filme antes, mas, revendo, me deu uma grande vontade de escrever sobre ele.

2 comentários:

  1. A duração de um filme deve ser diretamente proporcional à necessidade humana de ir ao banheiro.
    Alfred Hitchcock

    Peter Jackson se tornou um especialista em estourar bexigas.

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  2. Kkkkk. Excelente frase e se aplica perfeitamente a Jackson, apesar de não cansar de ter minha bexiga estourada por ele, kkkk.

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