11/04/2009

A (des)esperança em Edifício Master


Há uma galeria de pessoas em Edifício Master. Não enxergamos tipos, mas pessoas de verdade. Atuando diante da câmera, é verdade. Mas que, ao nos demonstrar suas personagens, revelam muito mais sobre si mesmas do que poderiam imaginar.

As partes que compõem esse edifício surgem tranquilas, enérgicas, nostálgicas, esperançosas. Em meio a reminiscências de um passado que não retorna ou um desprezo pelo passado do próprio lugar onde residem, encontramos somente uma face da esperança. O último depoimento do longa nos mostra a vida uma garota que se mudou há pouco tempo para o prédio e, por mais que fale sobre as dificuldades de se aprender a morar só, demonstra mais alegria e satisfação do que muitos que procuram escancará-la com atitudes espevitadas ou sorrisos em excesso.

Será que aquela garota perderá esse rosto que deseja os anos todos que ainda tem pela frente? Talvez, com o tempo, apareça nela a fisionomia dos outros: do cansaço, da solidão, da morte que se aproxima em contagem regressiva, junto com a decadência da ilusão de que um dia seriam felizes. Ver Edifício Master em retrospecto, remontando-o na ordem inversa, traz essa sensação de que há uma angústia que o ronda. Seria esse mesmo o nosso destino? Ou podemos lutar contra essa desesperança com uma dose de ingenuidade e otimismo?

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