13/04/2009

A decadência da Modernidade em Todos os Homens do Presidente


Num escândalo como o ocorrido no arrombamento da sede do partido democrata pelo então presidente estadunidense Richard Nixon, o interesse por diversas versões de uma história torna-se incessante e até cansativo. Mas, diante da emergência daquela situação no campo jornalístico investigativo, Carl Bernstein e Bob Woodward - protagonistas de Todos os Homens do Presidente - não pestanejaram na busca pela verdade neste intrincado jogo de interesses políticos.

Nessa produção, o ponto de vista dos dois repórteres surge como principal motivo de interesse para o longa. Alan J. Pakula não conduz seu longa como uma verdade impessoal e absoluta, mas nessa impossibilidade perante um ideário em que os objetivos da Modernidade se apresentam desiludidos. Enxergamos a história do Watergate pelo "nosso" ponto de vista, de pessoas comuns que desejam se esclarecer a respeito da vida política e exercê-la com autoridade, investigando e perguntando às pessoas que participaram do referido evento.

Diante dessa decadência da Modernidade, a busca por uma razão una e absoluta não faz parte do cotidiano pós-moderno dos indivíduos. Essa foi a versão de Woodward e Bernstein. Qual seria a de Nixon? Resta a outros autores a identificação com esse ponto de vista.

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