10/10/2011

Apimentando a Comédia Romântica - Amizade Colorida



Todo ano temos nossa cota de comédias românticas para as moçoilas que querem se apaixonar pela enésima vez no cinema, desde Aconteceu Naquela Noite, passando por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, até chegar em 500 Dias com Ela. Por mais que os clichês sempre rondem este gênero, às vezes surge um filme que utiliza com tanta maestria os elementos clássicos deste filmes geralmente açucarados, raramente desesperançados.

Em Amizade Colorida (Friends With Benefits, 2011, Will Gluck), Dylan e Jamie rompem com seus respectivos namorados e passam a evitar relacionamentos até que se conhecem por uma oportunidade de trabalho: Jamie é uma caçadora de talentos que, a serviço da revista GQ, recruta Dylan para fazer parte do expediente do periódico como diretor de arte. Quando a amizade entre ambos cresce, surge, então, a proposta indecente: que tal dar um passo a mais no relacionamento e virar fuck buddies, ou seja, sexo sem nenhum compromisso amoroso?

Claro que ambos aceitam a empreitada e não precisa ser vidente para saber como se desenrolará a trama nem seu desfecho, mas o que surpreende e conquista o espectador são os divertidos e rápidos diálogos criados pela trinca Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck. Oriundos da televisão, os roteiristas oferecem ao roteiro uma velocidade incomum para as comédias românticas, além de uma quantidade grande de situações e piadas que surgem da boca dos protagonistas. Gluck, como diretor, consegue focar na química entre os dois protagonistas – Mila Kunis e Justin Timberlake -, trazendo alguns coadjuvantes de luxo – Patricia Clarkson, Woody Harrelson, Jenna Elfman e Richard Jenkins - que, se não fazem muita diferença no enredo, pouco atrapalham seu desenvolver.

Mesmo que não seja uma revolução alleniana ou kaufmaniana no gênero, é inegável o prazer de encontrar vida inteligente por trás de um gênero já desgastado pelas Roberts, Ryans, Stiles e Heigls da vida.

Um comentário:

  1. Uma boa crítica. Procurou valorizar os pontos altos do filme, criticou bem "o lugar comum" sem desmerecer o trabalho dos atores e da diretora. MUITO BOM!

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