06/01/2011

A juventude de John Hughes e Gatinhas e Gatões


Durante os anos 80, John Hughes terminou se tornando um dos diretores que começou a trazer maior visibilidade para a juventude abaixo dos 20, trazendo à tela as situações cômicas e dramáticas de uma geração que tinha resquícios de uma liberação sexual das décadas anteriores, mas não conhecia muito bem seu significado ou o que fazer com ela.

Dirigindo filmes icônicos como Curtindo a Vida Adoidado, Clube dos Cinco, Mulher Nota 1000 e este Gatinhas e Gatões, Hughes trouxe uma juventude cuja revolta não era por coisas grandes ou revolucionárias, mas pelas coisas pequenas que todos precisamos enfrentar diariamente: um dia tedioso na escola, uma festa de aniversário esquecido, a falta de uma namorada ou um fim de semana perdido na escola.

Contudo, seu cinema, apesar de escapista, traz esses jovens comuns e cotidianos para o centro da locomotiva para que seu público veja a si mesmo na tela. Eles não estão mais enfrentando seres fantásticos ou sendo coadjuvantes de uma história protagonizada por adultos, mas estão contando suas próprias histórias de vergonha, desespero, amizade e relacionamentos.

Se hoje, a juventude não está mais inocente como Samantha Baker - que, dentre outras coisas, gosta de um rapaz que namora outra moça mais bonita, é assediada por um rapaz inconveniente e ainda tem a festa de seu aniversário de dezesseis anos esquecida -, resta-nos o registro de uma época em que tudo isso era grande o suficiente para receber um abraço caloroso da família.

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