10/07/2011

A Garota da Capa Vermelha ou Como ‘Crepuscularizar’ Um Filme?



Nessa onda de remixar narrativas antigas, um dos maiores sucessos dos últimos anos - Crepúsculo - parece povoar o inconsciente de todo filme juvenil que invista em triângulos amorosos com seres sobrenaturais. Depois da fase vampiresca, parece que estamos adentrando na fase lobisomem, com A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood, 2011, Catherine Hardwicke) recontando a história de Chapeuzinho Vermelho com um ar mais juvenil, dark e lascivo para o conto da menina que precisa aprender a lidar com situações inesperadas em sua cidade com a invasão de um lobo em sua cidade.

Valerie (Amanda Seyfried) enrosca-se em um romance com Peter, seu amigo de infância, ao mesmo tempo em que o vilarejo em que habita começa a sofrer os ataques de um lobo que atacou e matou sua irmã, além de ser prometida em casamento a Henry, o objeto de desejo de sua falecida irmã. Ao longo da narrativa, entra-se num jogo de gato e rato, em que todos são suspeitos de serem o criminoso da vez, com reviravoltas que surpreendem os espectadores mais impressionáveis.

Hardwicke, no entanto, investe em um triângulo amoroso sem graça e previsível a fim de despistar o espectador, que, ao saber de antemão o final da história, termina por tentar se divertir em descobrir a identidade do Lobo ou rir da presença exagerada de Gary Oldman como Padre Solomon, que chega à cidade para exterminar o animal assassino. Por mais que o design de produção e a fotografia de Hardwicke acertem o tom dark juvenil para trazer vida para essa nova versão, faltou um pouco mais de cuidado e esforço ao tentar reescrever a matriz.

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