Dentro
da chamada Cultura do Remix, percebe-se que a maioria dos produtos audiovisuais
concebidos para cinema são baseados em materiais criados originalmente para
outras mídias – vide Piratas do Caribe, Nine ou os recentes Thor e Lanterna
Verde, dentre outros. Como fruto dessa cultura, vemos o surgimento do longa do
desenho animado que veio dos quadrinhos dos anos 50 Os Smurfs, que fez bastante
sucesso no Brasil na década de 80, que, neste ano, se transformou em filme.
Nos
primeiros minutos de Os Smurfs (The Smurfs, 2011, Raja Gosnell), percebe-se o
quanto os longas criados para o público infantil evoluíram nas últimas décadas,
visto que a sofisticação e a criatividade presente em filmes como Os Incríveis, Wall-E, A Viagem de Chihiro,
Shrek
e outros simplesmente desaparece com o enredo mais do que ultrapassado deste
longa meio preguiçoso e antiquado. A trama reside no seguinte: os Smurfs, ao fugir
de mais uma investida de Gargamel – interpretado por um Hank Azaria querendo
pagar as contas – e Azrael, terminam por parar na cidade grande – no caso, a
óbvia Nova York -, onde passam poucas e boas até que consigam voltar para casa.
O
clima despreocupado e simplório toma conta de todo o
longa, desde o roteiro às interpretações, salvando-se somente a técnica de
animação, que mostra a que veio, ao adequar os pequenos seres ao universo dos
humanos com destreza. Aos adultos, resta somente perceber algumas brincadeiras
visuais com o Blue Man Group, Blu-Ray Disc ou Bluetooth, o que não é grande coisa para
quem cresceu com esses seres azuis e esperava bem mais do filme.
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