03/12/2009

Reciclando Épocas - Planeta 51


Despretensioso. Esquecível. Filme de uma piada só, Planeta 51 apóia-se na idéia de referenciar estetica e tematicamente aos filmes de ficção científica dos anos 50, mas invertendo os pontos de vista de onde a história é contada. Ao invés de extraterrestres que invadem o planeta Terra em busca de conhecimentos em viagens interplanetárias, encontramos o astronauta Chuck Baker como intruso em um planeta recheado de aliens, tornando-se ele o invasor.

A partir desta idéia inicial, desfilam pelo longa os mais diversos clichês do gênero - os generais truculentos, os garotinhos que salvam o visitante interplanetário, a paranóia da sociedade -, mas numa bagagem que busca criticar uma época. Chuck vem da Terra atual -recheada de tecnologia, iPods, dentre outras traquitanas e mostra-se claramente superior aos hábitos que os moradores daquele planeta possuem. Contudo, tanto Chuck como seu amigo alienígena Lem aprendem: tudo não passa de uma questão de ponto de vista. O que pode ser considerado diferente? O que é considerado normal? Que padrão de comportamento nos é solicitado e por quê? Quem é o estrangeiro, o estranho? O que me faz ser estranho é a minha posição dentro de uma comunidade de iguais? O que pode ser considerado monstro, desconhecido?

Pouco se aprofundam estes questionamentos no longa, levando a crer que crianças não se interessariam por tal. Pode-se questionar o por quê da raça extraterrestre ficar estagnada nos anos 50 e partindo para os 60. Por essas referências estão lá? Por que não um mundo completamente novo onde nenhuma referência com este mundo seria possível? Simplesmente por que referenciam aos filmes dos anos 50? Coisas que poderiam ser mais bem aproveitadas pelo longa, que se concentra na diversão e no bom humor. Ou seja, o longa contenta-se em permanecer sem grandes pretensões filosóficas e em ser esquecido durante as próximas 24 horas. Muito distante de suas obras inspiradoras.

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