As
narrativas seriadas fazem sucesso desde o início dos folhetins e cinejornais
que, alimentando as expectativas do público com dramaticidade e tensão, procuravam
mantê-lo imerso em uma narrativa que apresentava elementos quase sempre
reconhecíveis na história contada. Como já foi dito na resenha de Os Smurfs(The Smurfs, 2011, Raja Gosnell), vivemos em uma Cultura do Remix, ou seja, em que
estamos procurando sempre aspectos familiares em todos os produtos que
consumimos.
Em Premonição 5 (Final Destination 5,
2011, Steve Quale), encontramos exatamente a mesma história em cada um dos filmes,
diferindo somente os protagonistas e os espaços onde a ação se desenrola: um(a)
jovem viaja para algum lugar com um grupo de pessoas, tem uma visão
premonitória em que todos morrem e traz um grupo de pessoas junto com ele.
Estas pessoas, depois de terem ‘enganado a Morte’, começam a ser mortas uma a
uma das maneiras mais absurdas através de estranhas coincidências. Se, no
primeiro filme, a novidade fez seu sucesso, a partir do segundo, a fórmula já
havia estabelecido e só fez descer ladeira abaixo. Neste quinto, um elemento
interessante oferece um renovo para a desgatada narrativa: o humor.
O
roteiro de Eric Heisserer, despontando no ramo do terror, traz um certo humor
negro em alguns momentos, pois seus personagens parecem se divertir com a
situação em que se encontram e não se podam em nos ‘torturar’ com a tensão de
nossa expectativa em saber como vai acontecer a morte de cada um dos
personagens. E quanto a Steve Quale, pupilo de James Cameron, não se intimidou
de seguir os passos do mestre e tornou o filme uma experiência divertida, ainda
que descartável. Entendeu que, para gerar identificação com as personagens, não
precisava mostrar sempre eles sofrendo com sua condição, mas o ridículo também
teria seu espaço. Quanto ao elenco, todos eles conseguem dar conta do recado,
criando personagens que, se não são inesquecíveis, conseguem marcar pelo tempo
do filme. Mas os elementos que chamam realmente a atenção são as cenas de ação e
suspense – como a destruição da ponte em obras e as primeiras mortes, assim
como a reviravolta final.
Premonição
5 funciona por ter consciência de não precisar se levar a sério e por se fazer
sempre reconhecível pelos elementos que o consagraram, como as várias
narrativas seriadas com que nos deparamos ao longo de nossa jornada
audiovisual, repetindo o mesmo discurso: ninguém MESMO engana a Morte.
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