Desde nosso nascimento, aprendemos a
nos inserir na sociedade de acordo com as ‘regras’ que regem as mais diversas
instituições de que participamos: trabalho, escola, universidade e,
principalmente, a família. Por ser o celeiro onde somos orientados a fazer
escolhas, esta instituição se mostra basilar para que definamos nossa
identidade, nossa profissão e nossa sexualidade. Contundo, nem sempre este tipo
de preferência surge de maneira clara quanto se imagina.
Em Krámpack (2000), conhecemos a história
de Dani, que, durante a viagem de seus pais, convida Nico, seu melhor amigo,
para passar o verão em sua casa. Durante esse período, ambos paqueram Berta e
Elena, duas garotas eu moram na cidade, conhecem Julian, um escritor que
trabalha com o pai de Dani, tem conselhos com Marianne, a empregada da casa, e
com Sonia, a professora particular de Dani.
Nesse entremeio, Dani conhece, ou aprende a re/desconhecer sua
sexualidade ao começar a desejar Nico como mais que um amigo.
Com um roteiro simples e linear,
escrito por Tomàs Aragay e Cesc Gay
com base na peça homônima de Jordi Sánchez, o diretor Cesc Gay permite que o
seu elenco ganhe maior destaque na narrativa, já que sua trilha sonora agradável e juvenil, sua fotografia colorida em tons pastel e sua montagem fluida jamais sobrepujam o
enredo. A dupla que protagonista o longa consegue dar conta do recado ao dar
vida aos dois adolescentes em suas virtudes e contradições, criando dois
personagens que conquistam o público justamente por seu descompasso, suas
diferenças e, principalmente, pelos caminhos desencontrados que percorrem até
reencontrar seu eixo.
Ao final do longa, compreendemos que,
para Dani, mais vale manter um laço que não se rompa com as complicações
de uma situação amorosa e,ainda mais, pouco importa definir a própria sexualidade em qualquer rótulo que em nada contribua para que viva de uma maneira mais satisfatória.
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